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Fuvest 2018 Neste texto, o autor descreve o fascínio que as descobertas em Química


Neste texto, o autor descreve o fascínio que as descobertas em Química exerciam sobre ele, durante sua infância.

Eu adorava Química em parte por ela ser uma ciência de transformações, de inúmeros compostos baseados em algumas dúzias de elementos, eles próprios fixos, invariáveis e eternos. A noção de estabilidade e de invariabilidade dos elementos era psicologicamente crucial para mim, pois eu os via como pontos fixos, como âncoras em um mundo instável. Mas agora, com a radioatividade, chegavam transformações das mais incríveis.

(…)

A radioatividade não alterava as realidades da Química ou a noção de elementos; não abalava a ideia de sua estabilidade e identidade. O que ela fazia era aludir a duas esferas no átomo – uma esfera relativamente superficial e acessível, que governava a reatividade e a combinação química, e uma esfera mais profunda, inacessível a todos os agentes químicos e físicos usuais e suas energias relativamente pequenas, onde qualquer mudança produzia uma alteração fundamental de identidade.

Oliver Sacks, Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química.

De acordo com o autor,

  1. o trecho “eles próprios fixos, invariáveis e eternos” (L. 3) remete à dificuldade para a quebra de ligações químicas, que são muito estáveis.
  2. “esfera relativamente superficial” (L. 12) e “esfera mais profunda” (L. 14) dizem respeito, respectivamente, à eletrosfera e ao núcleo dos átomos.
  3. “esfera relativamente superficial” (L. 12) e “esfera mais profunda” (L. 14) referem se, respectivamente, aos elétrons da camada de valência, envolvidos nas reações químicas, e aos elétrons das camadas internas dos átomos, que não estão envolvidos nas reações químicas.
  4. as energias envolvidas nos processos de transformação de um átomo em outro, como ocorre com materiais radioativos, são “relativamente pequenas” (L. 15 16).
  5. a expressão “uma alteração fundamental de identidade” (L. 16 17) relaciona se à capacidade que um mesmo átomo tem de fazer ligações químicas diferentes, formando compostos com propriedades distintas das dos átomos isolados.

 

Tags – Química, Atomística, Reações nucleares, Transmutação.

Resolução

  1. Incorreta. No trecho, “eles próprios” se refere aos elementos químicos (“algumas dúzias de elementos”), e não às ligações químicas. Ademais, nem toda ligação química é muito estável, o peróxido de hidrogénio é um exemplo de substância em que as ligações são instáveis, decompondo-se rapidamente quando perturbado.
  2. Correta. No texto o autor menciona que essas esferas estão no átomo e que a esfera superficial era acessível e “governava a reatividade e a combinação química”, ou seja, refere-se à eletrosfera na qual os fenômenos químicos ocorrem. E que a esfera mais profunda era “inacessível a todos os agentes químicos e físicos usuais e suas energias relativamente pequenas, onde qualquer mudança produzia uma alteração fundamental de identidade”, ou seja, diz respeito ao núcleo dos átomos onde estão localizados os prótons cuja quantidade diferencia os elementos entre si.
  3. Incorreta. Como discutido na alternativa anterior, a esfera mais profunda a qual o autor se refere dá a identidade ao átomo, logo não pode ser outra coisa que não o núcleo, no qual estão os prótons.
  4. Incorreta. As energias envolvidas no processo de transformação de um átomo em outro são as energias envolvidas em transformações nucleares, como a fissão e fusão nuclear, que são altamente energéticas.
  5. Incorreta. A “alteração fundamental de identidade” a que o autor se refere ocorre no núcleo do átomo, portanto mudanças capazes de alterar a quantidade de prótons do átomo e, assim, transformar um elemento químico em outro.

letra B