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ENEM 2015 Q 12 Menina americana pronta para deixar pai morrer no Afeganistão


Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.

ZIZEK. S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Bom Tempo. 2003.

A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do(a)

a) prática da diplomacia.

b) exercício da alteridade.

c) expansão da democracia.

d) universalização do progresso.

e) conquista da autodeterminação.

Resposta

Primeiro, o autor mostra a menina pronta para deixar o pai, piloto americano no Afeganistão, morrer. Em seguida, ele nos pede para trocar a situação e imaginar uma menina afegã, na mesma situação, pronta para deixar o pai morrer lutando pelo Talibã.

Ou seja, ele nos faz imaginar o inverso, em um exercício de alteridade sobre a questão do sacrifício que o governo pede dos seus cidadãos. Achamos absurdo a simples existência de um homem bomba, mas achamos normal um piloto de caça morrer em combate. Vemos assim que não pensamos de maneira simétrica em relação a esses conflitos no mundo.

Letra B.