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Por que larguei MEDICINA na USP?


Hoje eu vou falar porque eu larguei Medicina na USP.

Olha, foram motivos completamente pessoais, não foi nada relacionado a hoje. Eu sou engenheira aeronáutica, estava trabalhando como engenheira, mas ainda tinha aquela dúvida “borbulhando”, será que eu quero fazer medicina… 

E eu sempre me interessei muito por essa área da saúde, mesmo na época que eu tava estudando para o ITA, eu tinha sempre essa dúvida:

Será que eu quero ITA mesmo? Eu gosto muito de medicina, será que eu deveria fazer medicina? 

Aí eu meio que abandonei essa ideia da medicina e foquei no ITA, mas chegou a hora de fazer medicina; foi o que eu pensei na época.

E aí eu fui estudar para fazer medicina, eu passei, eu consegui passar em medicina na USP e na UNICAMP, e aí foi o maior dúvida, e eu decidi finalmente escolher a USP pelo nome, mas eu acho que não tem grandes diferenças, na verdade nenhuma diferença.

Eu fui para lá e a USP impressiona, ela não parece ser pública porque é muito bonita! USP- PINHEIROS é sensacional! É um campus, é bonito, cuidado, bem pintada, o refeitório de lá tem uma comida boa, é baratíssimo, R$ 2,00, R$2,50…

Para você comer muito bem prato à vontade, mais um suco e cheio de salada…

Nossa, adorava demais! Essa parte muito boa da Pinheiros, e a estrutura toda da faculdade sensacional; e o  que acontece? Quando você entra em medicina na USP- Pinheiros, você tem aula nesses dois campus, no da Pinheiros e no Butantã, que é na Cidade Universitária, e aí já é jogado né, já é outra coisa, comida nem se compara, é outro mundo.

Então tinha esses dois mundos aí da Medicina na USP, sendo que quando você começa, a maioria das aulas são no Campus Butantã, então lá nesse outro que é o campus “normal” da USP.

Você tem que ficar indo de um campus pro outro, porque você tem aula de manhã no Butantã e à tarde no Pinheiros, e o no outro dia às vezes até troca de novo…

Então você passa sua vida se movimentando de um para o outro e isso leva uns 40, 50 minutos.

E aí o que aconteceu?

O curso começou e eu ia para aula e ficava nessa ida e volta me perguntando: será que eu quero passar 6 anos fazendo isso?

E aí depois eu descobri que na verdade pra medicina, além do curso, você ainda vai ter anos e anos de residência; então você, em geral, você não sai da graduação e já vai trabalhar, não!

Você faz a residência, que não dura um ano, dura uns 3 anos, às vezes até mais, dependendo da área; e isso se você passar direto, se você escolher a residência que você quer, às vezes você escolhe uma e depois quer fazer outra residência, em outra área, muito comum também.

Enfim, e aí seria mais uns 10 anos de deslocamento em ônibus, de trânsito de provas, de aprender na véspera… e sendo que eu tava em outra vibe, eu já tava namorando sério e eu tava querendo ter filhos já.

Então eu fiquei muito na dúvida, será que eu vou nessa outra carreira começar do 0 agora, ou eu sigo com a minha vida, tenho filho e descubro ao longo do caminho outra coisa que eu gosto de fazer?

Porque esse talvez não seja o único caminho para mim, foi isso que passou na minha cabeça. Além disso eu teria que trabalhar junto, então na verdade eu não tinha saído do Ita, tava de férias, e eu tava tentando conciliar as duas coisas: dar aulas no ITA com a medicina; e também foi muito difícil.

Alguns dias eu tinha que pedir para pessoas colocarem meu nome na lista lá na USP porque eu não poderia ir para aula… Enfim, aí eu pensei: eu faria mais seis anos trabalhando e estudando, mesmo que eu saísse do ITA teria que trabalha com outra coisa, porque eu não tinha dinheiro para passar 6 anos sem trabalhar e morando lá em São Paulo, sem muito dinheiro para morar em um lugar bom.

Isso tudo pesou, e essa outra ideia de ficar em São José dos Campos, que é onde eu moro hoje, ter filhos e seguir minha vida.

Então foi bem pessoal mesmo a decisão, não teve tanto a ver com a USP, porque ela tem muitas oportunidades, ela tem ligas, ela tem opção de fazer semestre no exterior, em Harvard, é muito legal! Uma coisa sensacional!

Se eu tivesse ido logo depois do Vitor, por exemplo, com 22, 23 anos, eu acho que eu teria continuado; mas já indo com 27 eu pensei: não, eu acho que não é uma boa ideia para mim.

E aí eu decidi sair, eu decidi pedir desligamento, nem tranquei, eu já desliguei direto,  pensando que eles poderiam chamar outra pessoa com a vaga remanescente, ou eles ainda podiam chamar de alguma outra faculdade, enfim, eu pensei isso na época: vou logo liberar essa vaga!

Aí o que aconteceu? Eu saí e decidi: agora eu vou ficar grávida, e eu fiquei! Mas eu perdi o bebê, eu tive um aborto espontâneo. E eu fiquei, assim: nossa, eu saí de lá para ter filho, e agora nem isso eu posso, então foi uma época muito difícil, mas acabou que depois passou, então eu me recuperei um pouco e depois eu fiquei grávida de novo, e deu tudo certo!

Mas esse período logo depois de sair foi bem difícil. Então eu só tô falando a minha experiência mesmo; porque que eu não continuei!

Eu não continuei porque eu queria ter filhos e por mais que no começo não tenho dado certo, depois deu certo e eu tive.

E o que aconteceu? Depois de eu conseguir ter filhos e tudo mais, que na verdade tive um, eu decidi fazer um negócio online, que é o que eu faço agora!

Além da engenharia, agora eu decidi aprender a ter um site, ter um blog, um canal no YouTube, a levar conhecimento para as pessoas…

E foi isso que eu decidi fazer. Mas enfim, foi uma época difícil, essa decisão foi super difícil, porque é muito legal lá, é um lugar sensacional!

E na época eu até pensei assim: eu posso sair, ter filho, e depois eu volto! Depois eu faço outro vestibular e passo! E as pessoas olhavam pra mim e falavam: você é louca?! Como você vai passar de novo? Isso é muito difícil.

Eu passo tranquila! 

Então não tive problema nenhum em falar isso, e era uma coisa que eu até tava considerando mesmo; eu sair, ter os filhos que eu queria, e depois voltaria!

Hoje eu acho que não, que tá bom ajudar várias pessoas a entrar na faculdade de medicina, eles/ elas vão ser médicos, eu vou poder conversar com eles, tirar dúvidas…

Então foi por isso que eu larguei medicina na USP, foi um motivo pessoal, então não foi nada relacionado à medicina… E depois eu me casei, entrei de canoa no casamento, uma noiva que chega de canoa, imagina!

Foi muito legal!

Enfim, essa foi a história de porque eu larguei medicina na USP, mas eu recomendo muitíssimo! Todos os meus colegas de turma que estão lá, estão adorando, cada ano que passa é uma experiência mágica! Vou até deixar link dos podcasts que eu gravei com eles.

Então essa foi a ideia do vídeo de hoje, foi bem pessoal, e eu espero que não te desestimule a fazer medicina, medicina é uma coisa sensacional; ou o curso que você quiser!

Continue indo atrás dos seus sonhos, eu fui atrá do meu, e agora tô super realizada e tô adorando falar aqui nesse lugar com vocês! É um sonho realizado também!

Obrigada por assistir esse vídeo e a gente se encontra no próximo, tchau!