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[Podcast] Misture problemas de Matemática | 2 partes de toda questão que você precisa treinar


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Se você procura passar no ENEM ou no vestibular em um curso concorrido, você está no lugar certo, aqui conversamos sobre métodos de estudos, como estudar para gabaritar, temos entrevistas com aprovados e tantas outras coisas, eu sou Susane Ribeiro, do curso Sniper de Questões e bem-vindo ao episódio 61. Muitas vezes a gente fica perdido em como começar estudar ou como montar um método de estudo que realmente funcionam, que dá resultado e a ideia do Sniper é toda essa.

         No Sniper de Questões busca mostrar como estudar cada matéria, como montar um planejamento que funciona baseado nas três fases do estudo para chegar na prova quase gabaritando, como organizar o seu tempo, como montar de fato estratégia e você sempre pode falar comigo nas lives nas quintas-feiras, às 15 horas e no fórum do Sniper de Questões e a gente se vê no Sniper de Questões para a gente se aprofundar nas técnicas de estudo e como estudar de verdade.

         A ideia de hoje vai ser a gente conversar sobre um artigo científico de psicologia do aprendizado que se chama ‘’a mistura de problemas matemáticos melhora o aprendizado’’ a ideia é conversar sobre o artigo, conversar sobre a pesquisa, o estudo que foi feito, quais as conclusões e para quem nunca leu um artigo científico, hoje vai ser uma introdução, como funciona você fazer um experimento, você analisar o experimento e ver se suas hipóteses batem ou não. Não vamos pegar tanto detalhes, mas a ideia principal nós vamos analisar.

         Qual a ideia? Ele começa falando como é o estudo tradicional de matemática, que é você aprender um assunto e fazer as questões daquele assunto, você vai lá aprender geometria plana, só que você aprende um pedaço da geometria plana, por exemplo, a lei dos cossenos, você faz uma lista de 20 questões da lei dos cossenos e qual a ideia? O que acontece quando você faz isso? Você sabe que todas aquelas 20 questões vão ser sobre lei de cossenos.

             Então muitas vezes você nem lê o enunciado direito e já coloca a equação, já quer aplicar equação, já ler o enunciado já sabendo o que vai colocar na equação para achar o alfa, para resolver o problema específico que usa a lei dos cossenos. O problema é que no dia da prova você não vai ter as questões de geometria plana, lei dos cossenos, é tudo misturado e isso vale para todas as matérias, física, onde você vai aprender cinemática, movimento retilíneo uniforme, e você faz só as questões disso e quando você vai para trabalhar energia, você faz só as questões de trabalho/ energia, sendo que não é assim que funciona, na hora da prova vai ser tudo misturado.

         Um detalhe sobre quando a gente aprende exatas, é que tem duas coisas diferentes, uma coisa é você ler as questões, o enunciado, entender a sua estratégia de resolução, definir a estratégia, é uma escolha, você lê e diferencia de outras questões e desenvolve uma escolha sua e a outra coisa é você conseguir resolver, exemplo, em uma questão de vestibular que é mais direto ao ponto, ele já te fala assim, resolva essa questão, e tem uma equação de X e você tem que encontrar o X.     

Esse é mais resolver o procedimento, você tem que saber o procedimento para resolução, é levar um fator para o outro lado e isolar o x ou resolver uma equação de segundo grau, esse é o problema ou fatorar, vai ter várias formas de você resolver. A outra coisa vai ser você diferenciar entre outras questões, então você lê e pode ser um enunciado gigantesco que você tem que ler aquilo, filtrar as informações e definir o que você vai fazer, essa questão aqui eu vou resolver para o trabalho/energia, por dinâmica, por uma daquelas questões da cinemática ou eu vou fazer por matemática mesmo ou uma tangente no gráfico. O que você vai fazer? E essa habilidade de diferenciação é uma das coisas mais difíceis e é a mais importante, porque você aplicar uma equação.

         Por exemplo, você viu a equação do movimento, equação horária, o sorvete, você vai aplicar isso, é muito tranquilo, você sabe que tem que fazer, mas lá na frente, quando não está tão fresco na memória, você leu uma questão e você tem que definir qual a sua estratégia de resolução, é a parte mais difícil, que é negligenciada no estudo, em que você aprende um assunto e faz 20 questões do assunto, você não mistura com outras coisas, então você não treina essa habilidade de diferenciação.

         E na introdução desse artigo, ele fala que tem duas coisas, uma coisa saber qual o procedimento você vai usar? Qual a equação? Qual método de resolução? Qual raciocínio você tem que ter para resolver? E a segunda coisa, é como resolver? Como aplicar a equação? Qual o método? e Como? O ‘’Qual’’ vai ser sua habilidade diferenciação, de diferenciar entre vários outros problemas e o ‘’Como’’ vai ser aplicar mesmo a equação, resolver contas Ele cita outro pesquisador que se chama Van de Stop, onde ele pegou estudantes, separou em dois grupos e deu alguns problemas.

         Então para o primeiro grupo ele mostrou tutoriais, ensinou como diferenciar entre problemas e só diferenciar. No outro grupo ele ensinou como resolver para dois tipos de problema, digamos que são exemplos de geometria plana, no primeiro grupo ele falou ‘’quando aparecer isso aqui, você escolhe essa linha de raciocínio para resolver e quando foi esse outro problema, essa outra linha de raciocínio, então é ensinar ‘’qual’’ qual o procedimento, a ideia de escolher. Já o segundo grupo, ele foi numa estratégia de ensinar ‘’como’’, quando vier esse problema você faz isso e a mesma coisa para o outro problema. Então a ênfase que foi diferente, no primeiro grupo foi diferenciar um problema do outro para você escolher a estratégia específica e a ênfase do segundo foi aprender ‘’como’’, como os cursos são normalmente, você aprende como resolver uma equação de segundo grau, você aprende como fazer uma inequação, então aprender ‘’como’’.

         Depois teve a prova com esses problemas que eles analisaram na prática e o interessante é que quando os problemas foram diferentes, quando precisou ter essa habilidade de diferenciação, o grupo que treinou ‘’qual problema resolver’’,o que treinou a habilidade de diferencial, foi muito melhor, teve um desempenho muito superior ao grupo que ficou treinando ‘’como fazer’’, por mais que fossem os mesmos problemas. No estudo é muito importante a gente treinar ‘’como diferenciar’’, já quando era sempre o mesmo tipo de problema, não teve diferença entre os dois, porque não precisou ter essa habilidade diferenciação, todos os problemas eram de lei dos cossenos.

         Na prova você vai ter os mais variados problemas e você vai ter que ter essa habilidade de diferenciação. Então, vamos para o experimento do artigo, eu vou analisar aqui o segundo experimento que bate bem com a ideia que eu quero mostrar para vocês, é o seguinte, nesse artigo eles pegaram grupo de universitários, foram 18 estudantes universitários, onde mostraram tutoriais de como calcular volume de sólidos, são sólidos bem diferentes, por exemplo, um esferoide, é como se fosse uma esfera, só que é mais alongada e é como um ovo, como que calcula o volume do esferoide, depois um tronco de cone, que é um cone sem a parte de cima, só o tronco dele, depois não cone esférico que é a parte pontuda do cone e a base é uma esfera, é um pedaço de esfera e depois uma cunha de um cone cilíndrico.

         São quatro sólidos diferentes que não se costumam estudar no ensino médio, eles até fizeram uma pesquisa com outros estudantes para saber se eles sabiam alguma equação dessas e ninguém sabia, ou seja, dava para fazer o estudo mesmo supondo que ninguém sabia antes e a mágica do estudo foi o seguinte, eles dividiram em dois grupos esses estudantes: o grupo misturado e o grupo bloqueado.

         O grupo misturado é que recebia os problemas todos juntos, eles viram como resolver cada um, 4 tutoriais desses problemas e assim 4 aulinhas e depois 16 problemas misturados de todos esses 4 sólidos. Já o grupo bloqueado era totalmente diferente, ele recebia 1 tutorial do esferoide que é o ovo e 4 problemas só do esferoide, depois vai para outro tutorial e agora vai para o tronco de cone, você viu o tutorial, aulinha do tronco de cone e 4 problemas só do tronco de cone e assim com terceiro que pode ser o cone esférico e depois a cunha, e assim, sempre 1 tutorial, 1 aulinha e 4 problemas e depois outro tutorial, 4 problemas bem diferente dos misturados que os 4 tutoriais de uma vez, mais 4 aulas e depois 16 problemas para praticar.

         Vale falar que os dois são estudos espaçados, porque são com uma semana de diferença e que eles repetiram tudo isso, na semana um, por exemplo, terça-feira eles fizeram isso, o ‘’misturado’’ 4 tutoriais e 16 problemas e o ‘’bloqueado’’ 1 tutorial e 4 problemas seguido de outro e na semana seguinte terça-feira de novo. O que aconteceu? O resultado é muito interessante, eles dividiram o resultado na hora de praticar, enquanto os alunos acertavam durante a prática e depois uma semana depois dessas duas semanas de aprendizado no teste, sem estudar antes, só com essas duas semanas de prática. O que aconteceu?

         O resultado na prática, na primeira semana e segunda semana foi bem diferente do resultado no teste, na prática, o que aconteceu? que as pessoas que recebiam 1 tutorial e 4 exercícios acertavam bastante, acertavam 89% desses problemas, que é um exemplo, você vê a equação do cone esférico e você vai fazer 4 questões do cone esférico, sendo que você acabou de ver equação do volume do cone esférico e é muito tranquilo você fazer isso para todos os 4 sólidos, e você tem uma nota de 89% de acerto.

         Já quem misturava, aqueles que viram os 4 tutoriais de uma vez e tinham que resolver as 16 questões todas misturados, então a pessoa tinha que ter habilidade de ler e ver qual a questão e escolher a equação certa para cada sólido, esses tiveram um desempenho de 60%, ou seja, erraram 4 e 10, e tiveram um desempenho menor e você pensa ‘’nossa, olha só, estou estudando em casa, estou misturando tudo, estou errando muito mais’’ essa ideia, é isso que vai acontecer, você erra muito mais ao misturar vários assuntos e é isso que o estudo queria mostrar.

         Só que uma semana depois que eles viram isso, na semana 3 eles foram fazer um teste e o que aconteceu? No teste o desempenho foi muito diferente, então quem estudava daquele jeitinho ‘’ah, vou ver um assunto, vou fazer 4 questões desse assunto, depois o outro assunto, 4 questões’’ desse método bloqueado, acertou só 20% das questões, então serve para o desempenho na prática, na lista de 89% para 20%. Já o grupo que misturava, que teve 60% de desempenho na prática, quando estava misturando, teve uma performance no teste final de 63%, então foi maior que a prática e foi assim, muito superior ao bloqueado, de 20% para 63%.

         Essa ideia do artigo, ele discute muito isso, porque é assim que se estuda matemática, é assim que estudar exatas, e até humanas, você aprende um pequeno assunto e vai fazer as questões só disso e depois aprende o outro e vai fazer questão do outro e o que vai acontecendo? Você vai esquecendo com o tempo, e esse estudo foi até legal que ele até colocou a prática em 2 semanas, foi um efeito de espaçamento, se a pessoa tivesse visto só uma semana, seria bem menor ainda essa nota no teste final, bem menor que 20%.

         Veja isso duas semanas se tivesse visto só em uma semana, teria sido 15% ou 10% de retenção, a gente sempre tem que pensar na retenção e esse estudo bloqueado, em que você estudou um pequeno assunto e faz questões só dele, é o que vai te dar a menor retenção possível, é o que você vai esquecer tudo, um tempo depois. A ideia é misturar assuntos, é sempre você aprender um assunto novo e você misturar com que passou, por mais que no curto prazo pareça que você não está aprendendo, não está acertando, que você está acertando 60% em vez de 90%, como no que estuda bloqueado.

         Quando você mistura assuntos no curto prazo, você vai ter a sensação de que não está aprendendo, de que está muito difícil, de que você está errando muito, mas no longo prazo é isso que vai fazer ficar retido o assunto, e essa ideia de simulados dos assuntos que você já viu, de provas antigas, porque a prova ou simulado eles vão misturar os assuntos que você já viu e você vai treinar essa habilidade de diferenciação, essa habilidade de ler questões e definir ‘’isso aqui para onde eu vou, eu vou para o trabalho/energia, eu vou para cinemática ou dinâmica’’ ou ‘’em história também’’ vai que história você pode se confundir entre épocas, entre o que aconteceu e você pegar questões misturadas ajuda muito.

         Claro que esse experimento a ênfase era exatas, era matemática que dá para aplicar em física, mas esse efeito de misturar, de intercalar, é muito robusto, e vários artigos mostram isso, tem até outro experimento que é mais físico, que é você jogar saquinhos de feijão em uma cesta de basquete. O que é melhor? Digamos que você quer jogar no fim 90cm, você quer ficar 90 cm da cesta e jogar e acertar o saquinho de feijão. O que é melhor? Você ficar treinando só nos 90 cm? Ou você treinar nos 60 cm ou nos 120cm, mas nunca treinar nos 90 cm. Esse outro estudo, eu vou deixar na descrição.

         Ele pegou esses dois grupos, um grupo que ficou jogando de 90 cm e outro grupo que ficou jogando de 60 cm e de 120 cm e depois o teste final foi de jogar de 90 cm e quem variou a prática acertou muito mais do que quem jogou só de 90 cm, porque eles mostram que essa variação ela faz uma codificação muito mais aprofundada no seu cérebro, você aprende muito mais quando você varia essa prática e isso nos esportes, isso em línguas, isso em música e nos estudos também, então a ideia sempre a gente variar o que está aprendendo.

         No artigo, ele dá sugestões de soluções, para educadores que seria você sempre você misturar problemas da aula atual, com problemas que passaram e outro efeito de você ficar toda hora misturando, é que você sempre vai revisar, ou seja, você sempre está aprendendo coisas que você aprendeu atrás, está removendo lacunas, está deixando fresco na memória e assim, você nunca deverá se preocupar com revisão, é a melhor forma, porque você se preocupar com revisão é muito chato e você já embutir a revisão no seu estudo ao sempre fazer listas e questões misturadas dos assuntos que você já viu, é maravilhoso.

         Fica essa ideia, você pode fazer isso, você está aprendendo o assunto novo e tem os assuntos que você já viu de física do primeiro ano ou de química, imagina misturar eletroquímica, com termoquímica, com equilíbrio e seu cérebro vai fritar porque vai misturar tudo, vai ficar muito confuso no começo ‘’ai o que é eletroquímica? O que é equilíbrio? O que é esse outro assunto? E isso que vai fazer você aprender e reter no longo prazo, chegar na prova e acertar o que você já viu, porque de nada adianta, a gente ver um assunto, fazer uma lista gigantesca desse assunto, que até ‘’sobre o aprendizado’’ que eu falei no YouTube.

         De nada adianta você fazer isso, que não vai ficar nenhuma retenção a mais, você não vai aprender a mais porque em vez de fazer 1 hora dessa lista, você fez 2 horas, a gente tem que sempre otimizar o estudo lá na frente, para o dia da prova e não para hoje e não para ter essa sensação ‘’ah, eu terminei toda a lista’’, a ideia é pensar lá na prova, em como você vai acertar ao máximo de questões possíveis.

         A ideia de hoje foi misturar questões, pensa em como você pode aplicar isso no dia-a-dia nos seus estudos, se você vai montar um simulado dos assuntos que você já viu na Estuda.com (cupom resumov), na plataforma do Professor Ferreto (cupom resumov), como você pode fazer isso, como que você pode misturar os assuntos que você já viu e fazê-los misturados e não fazê-los especificamente um assunto, isso é muito legal e matemática básica, e é claro que você não precisa ir direto para o misturado, você pode fazer as primeiras questões da lista e depois você continua nos assuntos misturados, fazendo mais duas, três ou cinco questões, e claro que cada assunto depende. Faça isso! Vá misturar depois que você pegou a ideia do procedimento de resolução desse assunto que você está aprendendo, você vai e vai aprender a diferenciação que a outra habilidade.

         Eu espero que você tenha gostado desse podcast, se você quiser aprender mais técnicas de memorização, como codificar melhor, como consolidar, como recuperar da memória. Entre no Sniper de Questões que a gente tem um módulo sobre técnicas de estudo, em que a gente se aprofunda mais em tudo isso. Lá você aprende como montar uma estratégia, como se planejar, como estudar cada matéria, como organizar o tempo, como organizar os estudos, como estudar, e, por onde estudar, inclusive recomendamos cursos específicos para quem tem um nível em alguma matéria.

         E sempre você pode falar comigo nas lives de quinta-feira, às 15 horas, para tirar suas dúvidas e também tem o fórum de tirar dúvidas do Sniper de Questões, onde você pode escrever suas dúvidas, você pode mandar o seu quadro horário, pode mandar alguma dúvida que ficou no seu planejamento e a gente vai conversando. Por hoje é isso, muito obrigada por escutar, aproveite e compartilhe com um amigo que assim, você me ajuda muito a crescer o podcast, a levar para mais pessoas, eu fico extremamente grata quando eu vejo qualquer compartilhamento no Instagram, então por favor, compartilhe e me marque no Instagram. Muito obrigada e até o próximo episódio. Bons estudos para você.