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PODCAST #28 – Duplique sua taxa de erros nos estudos para o ENEM e vestibulares


No episódio de hoje nós vamos conversar sobre como duplicar sua taxa de erros. É isso mesmo que você tá pensando, como fazer você errar mais nesse estudo em casa. E vai parecer meio sem noção mas é essa a ideia, vai ser errar mais.

Então eu tava lendo um livro de empreendedorismo esses dias e eu encontrei uma frase que é perfeita pro vestibular: 

É uma frase do fundador da IBM:

“Quer que eu te dê uma fórmula para o sucesso? É bem simples, na verdade. 
Duplique sua taxa de erro. Você pode pensar em fracasso como inimigo do sucesso. Mas não é nada disso. você pode ser desencorajado pelo fracasso  ou você pode aprender com ele. Então vá em frente e cometa erros. Erre tudo o que puder. Porque, lembre-se que é lá que você encontrará o sucesso. Do outro lado.”


Thomas J Watson fundador da IBM

Então eu lembrei de provas, eu lembrei de como é esse estudo antes do vestibular que é preciso ter essa resistência a errar muito.

E e essa frase lembrou tudo isso. 

O que você achou dessa frase? 

Duplicar de realmente errar muito mais do que o que você tá acostumado. E aí se você pensar nas pessoas, elas querem sempre errar menos. Elas querem sempre se sentir bem com que elas estão fazendo, então nada é muito difícil, tudo é sempre aquela mesma coisa com aquele aprendizado estagnado.

Já se você se permitir errar mais e ir atrás conscientemente de errar mais, fazer mais listas, fazer mais provas ou fazer provas de outras faculdades, você vai errar mais e você vai aprender mais. Então essa é a ideia do podcast de hoje, é sobre isso que a gente vai falar. Então a gente vai falar sobre como aplicar essa frase para os estudos e envolvendo as questões psicológicas também o que for necessário. E a primeira coisa é essa questão de você errar e isso é a primeira coisa quando você pensa em provas difíceis como Ita e em menor grau, mas também bem importante para a FUVEST. Porque você tem que ter essa pele grossa para lidar com isso, sabe? Porque não tem outra forma de você aprender. Não é porque “Ah não, eu vou fazer ITA” que você vai automaticamente saber fazer as questões, não. Você vai errar muito até conseguir saber fazer as questões. Então essa é às vezes até uma ilusão que a gente tem, a gente acha “não, essa pessoa passou em medicina na USP, então ela provavelmente quando ia fazer listas, ela não errava tanto igual eu”. Então é uma ilusão “completamente ilusória” para ser bem pleonástico. Então a gente acha isso mas não é verdade. Todo mundo que passa nesses vestibulares difíceis, começou errando. Começou lidando com essa frustração de querer acertar, de querer ir logo para frente, querer fazer logo tudo. Mas ficar no meio do caminho, errando, errando, errando. Então é isso que vai acontecer, é a coisa mais normal pensando em vestibular difícil e está tudo bem! É assim mesmo, então vamos lembrar sempre aquele mantra: o objetivo é aprender, não acertar. 

O objetivo é aprender, não acertar. 

Então nesse estudo agora em casa, vamos focar em errar e aprender essas questões que você é rápido. Porque senão não adianta nada errar se você não aprender, certo? Então esse é o combinado e tudo bem, vamos virar a página, vamos falar de outras coisas. Eu preparei uma lista de cinco coisas para fazer para duplicar realmente errar mais em casa, e aí antes da gente entrar nisso eu quero que primeiro você pense em como seria errar mais questões. Então pensa assim “ah se você erra x agora, errar 2x”, como ficaria o seu psicológico? A sua parte emocional? Você consegue lidar com isso? Porque essa ideia você vai errar mais em todas as matérias provavelmente. E é isso que a gente tá buscando, errar mais, aprender mais porque assim você vai andar mais rápido. Tem uma pesquisa que eu fiz agora para colocar no livro que é o seguinte: “a gente só aprende de verdade uma coisa quando a gente tem alguma relação emocional com o que a gente tá estudando”. Então eu vou até ler aqui um pedaço da pesquisa que eu encontrei. A pergunta seguinte: De onde vêm as emoções? As emoções se originam no cérebro, especificamente no sistema límbico, ele interpreta e dirige a emoção e o comportamento. E aí tem uma pesquisadora chamada Priscila Vaio, especialista em aprendizado. Ela escreveu assim, ela falou que a emoção é a chave para aprender. Então de acordo com ela quando a chave está desligada, o sistema está inativo e apenas o potencial de aprendizado está disponível. Já quando o interruptor está ligado, o interruptor dessa chave para prender tá ligado, o caminho para a aprendizagem está aberto. E assim quando o sistema límbico interpreta a informação sensorial e envia para o córtex para processamento, o sistema límbico vai definir o tom emocional da informação antes que ela atinja o córtex. Então continua comigo e já vai acabar essa parte. Se o sistema límbico interpreta a informação como positiva, ele despacha uma mensagem de propósito e excitação e direciona o nosso comportamento para uma meta, quando isso acontece nos motivam a agir pensar e aprender. Então tudo isso começa a dar certo. Já quando a interpretação é negativa, o interruptor dessa chave para aprender é desligado e o pensamento e aprendizagem são sufocados. A interpretação do sistema de informações sensoriais é baseado nas memórias da pessoa e na reação imediata ao evento. Então quanto mais positivas as memórias e a reação do aluno ao evento que é o estado emocional dele, melhor será aprendizado. Então a pesquisa mostrou que a felicidade tem um efeito positivo na aprendizagem, memória e comportamento social. Por outro lado estados emocionais negativos como raiva e tristeza, mostraram ter um impacto negativo sobre aprendizagem e a motivação. E aí como o sistema límbico é o mediador entre o pensamento e sentimento, é fácil entender por que a emoção é tão crucial para tomar boas decisões e pensar com clareza. Emoções podem perturbar o pensamento e a aprendizagem, quando estamos felizes temos uma mente clara mas quando estamos chateados não podemos pensar direito, então emoções positivas como alegria, contentamento, aceitação e satisfação podem melhorar o aprendizado. Por outro lado o estresse emocional prolongado pode prejudicar nossa capacidade de aprender e todos sabemos como é difícil aprender. Como é difícil aprender ou lembrar de algo quando estamos ansiosos, zangados ou deprimidos. 

Então essa foi a pesquisa e a ideia é mostrar como a emoção vai influenciar o que você aprende, isso é muito forte. E tem várias nuances dessa pesquisa, tem outros aspectos. Por exemplo, quando você erra algo, você manda uma mensagem de que aquilo é importante. Então para te dar um exemplo, imagina que você é um ancestral, você tá lá nas cavernas e mora na floresta ainda e tem uma plantinha, que tem uma frutinha e a sua avó fala assim: “Não come essa fruta porque dá dor de barriga”. Aí beleza, você escutou sua avó, mas tem um dia que você tá com fome, a frutinha tá lá. E você pensa “eu vou comer aqui”. Aí você passa mal, é horrível, quase morre por ter comido aquela fruta. E aí o que vai acontecer? Agora você vai aprender de verdade e você nunca mais vai comer aquela fruta, nem que você esteja com muita fome. Então é aprendizado, assim muito mais real, aprendizado assim intrínseco. Sei lá, tá lá no meio de você, certo? Não, acho que não pode falar assim, então está enraizado. Isso que eu quis dizer, tá enraizado dentro de você. E essa é a ideia, então quando a gente erra o seu cérebro manda uma mensagem assim: “Bibi! Isso é importante! Vamos aprender que isso é importante! Isso vai ser usado!”. Já quando você vai reler uma coisa no livro ou quando você vai assistir uma aula de resolução de exercício, você não tá tão investido emocionalmente naquilo. Então não é tão importante. E aí seu cérebro não vai dar nem bola muitas vezes. Já quando você erra e precisa voltar na teoria para descobrir como resolver, você quer saber, você tá curioso, é outra coisa. Então é isso que a gente quer, certo? Então no fundo a gente quer errar e ter essa curiosidade, ter essa vontade de aprender, tem vontade de voltar lá no livro para descobrir como fazer, que ao mesmo tempo vai ser juntar emoção com aprendizado. E um vai facilitar o outro. Porque aí vai ser como se a gente tivesse com essa chave que a pesquisadora falou ligada, certo? Essa é a ideia.

Então a gente vai analisar agora cinco passos para duplicar essa taxa de erro. A primeira coisa você fazer é mais provas antigas. Então você provavelmente já faz provas antigas. E aí como você poderia fazer mais provas antigas? Porque quanto mais provas, mais você erra. E aí claro que essa é uma ideia, mas também não precisa levar ao pé da letra. Se você já faz muitas provas antigas e você já tá errando no máximo da sua capacidade, então também você decide, certo? Essa questão das provas é interessante, mas a gente não pode só pensar em quantidade, a ideia é qualidade sempre. Então é fazer uma prova, errar as questões e refazer essas questões, aprender de verdade. Refazer alguns dias depois, então ser realmente um estudo de qualidade, que você entendeu essa prova. Esse é o estudo de qualidade, é o mais importante. E aí se você puder fazer mais provas, por exemplo em vez de passar um tempo assistindo aula ou passar um tempo fazendo revisão, lendo teoria, vai direto fazer provas, vai direto fazer lista de exercícios. 

Então assim, você vai errar mais e ao errar mais você vai buscar mais como resolver a questão e vai aprender mais. Porque você tá mais envolvido emocionalmente, o seu cérebro entende que isso é mais importante. E é um estudo mais ativo que você aprende mais. Enfim, eu posso falar trocentos argumentos científicos de porque errar e aprender é melhor do que assistir aula, do quê reler teoria, do que escutar podcast de um assunto. Mas eu não vou fazer isso porque a gente não tem tempo para isso. Mas faça isso, erre e aprenda que é super ótimo pros seus estudos. 

E claro né se você não sabe nada do assunto não vai fazer prova, não funciona sem saber nada. Por exemplo, como você vai fazer se você não sabe o que é um log? O que é nada. Então primeiro a gente tem que começar por aprender os assuntos principais e em alguns assuntos, em algumas matérias, você pode usar análise de incidência. Para matemática a nossa sorte é que a análise de incidência coincide com os assuntos mais fáceis. Então principalmente para o Enem é isso que acontece, se você ver lá a base do conhecimento é o conjunto de assuntos que mais cai no ENEM, isso é muito bom. E tem inclusive o treinamento do Enem, se você ainda não fez, veja o link aí na descrição do podcast. 

Então continuando aqui, essa foi a ideia, fazer mais provas e sempre mantendo a qualidade das provas. Porque não é só quantidade, é a qualidade também, certo? 

O segundo passo vai ser explicar para alguém algo que você sabe mais ou menos, aí você pensa: “mas como assim, se eu não sei direito como que eu vou explicar?”. E é exatamente essa ideia, porque ao explicar algo que você não sabe direito você vai criando uma linha de raciocínio para explicar para uma pessoa. E você vai vendo que uma coisa não se encaixa com a outra, que uma coisa não se liga com a outra. Que você tem que viajar de um lado para o outro do seu raciocínio porque os dois não se ligam. É igual aqueles pontinhos que você tem que ligar no livro lá da quarta série, para fazer um pato e é isso aqui. Os pontos não vão se encaixar, aí o que que você vai ver? Você vai ver que você não sabe tal coisa direito, um detalhe, um assunto bem específico. Por exemplo, você tá explicando genética, e aí você tá explicando como se passa algum caractere de alguma doença e as probabilidades. Aí tem uma parte que você não entende e essa parte, esse detalhe que você vai buscar na teoria que você vai ver como funciona, então você não vai estudar todo o capítulo de genética de novo. Não, você vai naquele pedaço que você não sabe. E por que que esse método é tão bom? Porque ele te permite ver essas lacunas exatamente assim, o que você não sabe você percebe ali na hora e você vai resolver, então é uma das melhores técnicas. E por isso também que dizem que quem explica é a pessoa que vai aprender. É isso acontece na escola, não sei se vocês já perceberam. Então tem uma pessoa que explica, aí principalmente na faculdade também o que explica para toda a sala. E essa pessoa que explica vai sempre, sempre, sempre ser a primeira. Continuará liderando nas notas porque ela tá sempre explicando, ela tá sempre ingerindo a informação. Então eu lembro muito, eu tinha um colega que sempre explicava para gente, o Matheus. Ele explicava tudo, nossa era muito bom. Então tinha aula no semestre inteiro, aí chegava dois dias antes da prova e a gente se organizava “bora para aula do Matheus”. Aí ele ia lá e explicava o conteúdo, assim de 3 meses em 3 horas, era assim impressionante como que ele tinha essa capacidade de resumir tudo. Ele depois falava para gente que ele adorava dar essas aulas, porque assim ele raciocinava melhor no assunto e aprendia cada vez mais. E durante as aulas depois ele fazia perguntas e a gente poderia fazer para ele nessas aulas e era muito bom. Então explique para alguém ou explique para si mesmo, não precisa ter uma outra pessoa. 

Então essa é uma boa ideia. Só que aí lembra que você vai errar bastante e é assim mesmo! Você vai errar e vai ter essas lacunas para resolver, é um estudo mais estressante porque você tá explicando e assim seu cérebro vai ferver. Vai ser esse estudo e ele é ótimo. 

E agora a ideia três vai ser fazer provas parecidas ou simulados e isso talvez você já faça. Então por exemplo, se você faz o Enem que tal fazer a Unicamp? Fazer provas da Unicamp, elas são um pouco mais difíceis que o Enem e normalmente eu indico Unesp, mas se você já fez ENEM e Unesp vai para Unicamp. É uma ideia legal você sair um pouco da zona de conforto, ver um outro tipo de questão, que são questões bem inteligentes, são bem feitas também. E aí claro, primeiro faça ENEM e Unesp que depois você faz Unicamp e a mesma coisa para o ITA. Você pode fazer outras provas, de repente faz questões de geometria plana da Fuvest. É algo que também pode ser legal. E claro também tem o IMI, mas também não tem só o IMI, você pode fazer olimpíadas. A ideia quatro vai ser procurar prova de olimpíadas de física, de olimpíada de química, eu aposto que tem questões bem legais lá, bem diferentes e inéditas, que podem ser boas também. E o quinto ponto, vai ser revisar direto nos exercícios. Muita gente tem uma mania de “ah não, eu tenho que revisar esse assunto, primeiro eu tenho que ler a teoria, depois eu vejo a videoaula, depois eu faço os exercícios”. E gente, vocês não precisam disso, vai logo para o exercício, erra logo o exercício e aprende a fazer ele que vai ser muito melhor. Então você vai aprender mais rápido e você vai voltar na teoria só o que for necessário, certo? Porque se não você vai ler um monte de coisa que você já sabe e você vai ler outros que você não sabe e você não vai dar tanta atenção. Porque você tá lendo alí meio que passivamente sem dar muita ênfase. Já quando você lê porque você errou uma questão e você tá buscando a resposta, você vai ligado como detetive e assim você aprende muito mais. Então não fique com esse negócio de “eu tenho que revisar, vou ler primeiro a teoria”. Não, já pula etapas. Vai logo errar nos exercícios, vai logo errar nas questões. E aí se você não achar listas, pede pro seu professor, ou veja provas antigas aí da faculdade, ou pesquise na internet provas de outras faculdades. Então se for bioquímica, pesquisa questões de bioquímica online, de repente até em inglês. Questões resolvidas, eu aposto que tem.

Então essa é a ideia do podcast de hoje, duplicar. E como a gente falou é uma opção que emocionalmente às vezes não é tão legal, porque fica questionando tudo “ah tô errando muito”. Então uma ideia é você não contar erros, se você for fazer provas antigas, não soma quantas questões você errou ou acertou, deixa lá. O importante é você pegar o que você errou e aprender aquilo. Não é você somar. Então tem muita gente até em redação que só quer saber a nota, como se isso fosse importante. A nota não vale nada, o que vale é o que você errou lá e você precisa corrigir, você precisa aprender. Foi um negócio de ênclise que você precisa ajeitar, foi uma conjugação errada, foi uma palavra repetida ou uma palavra que você usou de forma errada. É isso que você tem que procurar quando você pegar uma redação errada ou quando você fizer uma prova antiga. É no erro que você tem que focar. Será que a gente pode combinar isso? E não na nota. Aprenda bem as questões.

E uma coisa, ao invés de você ficar somando quantas você tá errando e aprendendo, pega essa prova e veja se você errou besteira. É isso que vai te dar mais uma luz. Então como você poderia não errar essas besteiras? Aí pensa, passa um dia analisando o que você poderia ter feito pra não errar essa besteira. Ter mais atenção, ter mais calma, ser uma pessoa mais centrada. Ou fazer um exercício de respiração antes ou fazer uma prova real. O que é preciso pra não errar besteira? Pensa isso, porque isso pode salvar a sua prova. Isso pode salvar seu nome na lista de aprovados. 

Então essa é a ideia do podcast de hoje, abrir seus olhos para errar mais, por mais que seja estranho, por mais que seja um conceito assim muito errado.

Continue indo atrás dos seus sonhos, o mundo precisa da habilidade que só você tem. E a gente se vê na próxima semana 🙂