Todo mundo já ouviu falar da curva de esquecimento de Ebbinghaus. O tempo passa, a memória some e pronto, você esqueceu. Mas se eu te dissesse que essa não é a explicação completa. O tempo é só parte da história. O que realmente te faz esquecer não é só o passar das horas, mas algo muito mais traiçoeiro, a interferência das memórias. Hoje você vai descobrir o que é essa teoria, por que ela explica muito melhor o esquecimento do que a velha curva de Ebbinghaus e o mais importante, vai aprender o passo a passo prático de como estudar para evitar a interferência.
Olá, eu sou a Suzane Ribeiro, sou engenheira aeronáutica, ex-professora do ITA e aqui te mostro como estudar de forma inteligente para passar em medicina nas faculdades mais concorridas do Brasil, mas usando técnicas comprovadas pela ciência.
Competição de Memória
Então se você quiser otimizar o seu tempo e garantir a sua vaga, aproveita para se inscrever no canal. Você já sentiu que está se afogando num mar de informações? Estuda, estuda, estuda, mas parece que tudo se mistura. Essa sensação não é só o cansaço, é justamente a ideia da interferência da memória em ação. A gente aprende que esquecemos porque o tempo passa, mas na verdade o esquecimento acontece porque memórias competem entre si. Informações parecidas brigam por espaço. Essa a ideia da interferência. Uma memória atrapalha a outra na hora de lembrar. Aqui, não é o tempo que faz esquecer, mas essa competição. Mas quando esse efeito está no máximo?
Pior interferência
Qual é a pior interferência possível? Digamos que você estudou respiração celular. E logo depois, você pode estudar dois assuntos. Um, você pode estudar fermentação ou dois, você pode estudar genética, primeira lenda emenda. Em qual assunto você vai se confundir mais? Em fermentação ou em genética? Em fermentação, é claro, porque é um tema muito mais parecido com respiração celular. E memórias semelhantes são essas que se embolam mais.
Isso acontece em qualquer área. Imagina estudar Comensalismo, e depois Amensalismo, depois Mutualismo. Ou você viu a fórmula da área do triângulo, isso está muito claro, mas aí você vai ver a do losango. E aí na hora da questão você se confunde. Ou quando usar campo elétrico, quando usar potencial elétrico. Ou ainda imagina a Primeira República e a Segunda. É claro que virou um bolo, não é? E no dia a dia, essa ideia de trocar de telefone e continuar lembrando do telefone passado. Ou trocar de namorado e continuar chamando pelo nome do anterior.
Memória antiga ataca a nova: Proativa
Existem dois tipos de interferência. A primeira é a proativa, quando o passado, as memórias passadas atrapalham as memórias novas. Dessa forma, atrapalham as memórias novas. Quando essas memórias antigas dificultam o aprendizado das memórias novas. Então, por exemplo, você tinha uma senha antiga no seu e-mail. E aí você trocou de senha e quer lembrar essa senha nova, mas você não consegue lembrar e só vem à mente a senha passada. Ou quando você quer lembrar da área da esfera, que é algo que você acabou de aprender, mas só vem à mente a área do círculo. A outra opção é a interferência retroativa. Quando as memórias do presente, que você acabou de aprender, bagunçam aquelas que você já tinha aprendido no passado.
Memória nova ataca a antiga: Retroativa
Por exemplo, digamos que você sempre usou o Android, e aí você passou para o iOS. E aí, depois de usar o iOS, parece que você esqueceu totalmente como usar o Android. E aí, quando alguém vem perguntar como eu faço tal coisa aqui no Android, você nem lembra mais. É esse o caso de as memórias novas mexerem totalmente com as memórias passadas. E isso acontece nos estudos também. Por isso que isso é perigoso. Por exemplo, de você viu a respiração celular, e aí você vai ver a fermentação. E ao estudar a fermentação, você aprende tão bem essa fermentação que bagunça tudo que você sabia da respiração celular. E agora fica tudo confuso e você não sabe mais qual é qual, qual gera mais ATP, quais são as etapas.
Espaçar assuntos similares
Mas e aí, como evitar essa interferência? Vamos para o passo a passo. O primeiro passo é criar um espaçamento entre esses dois assuntos que podem se confundir. Logo, em vez de estudar junto, estuda um, dá aqui um dia de descanso e depois estuda o outro. Nem sempre isso vai ser possível, mas se possível, pode ser uma boa ideia. Porque aí, nesse um dia, dá tempo de você consolidar essa memória um. E aí, quando você for estudar essa outra, você já vai estudar de outra forma, diferenciando do que você aprendeu no passado. Esse ponto 1 nem sempre vai dar para seguir, porque às vezes você não tem controle. Você está na escola ou em algum lugar que você precisa ver todos esses assuntos que confundem juntos.
Semelhanças e diferenças
Mas aí não tem problema, porque o ponto 2 vai ser criar um mapa mental, ou um esquema, ou mesmo bullets, das semelhanças e diferenças entre cada uma dessas informações.Por exemplo, na respiração celular, quais são as principais informações? E como ela se diferencia da fermentação? E a mesma coisa do amensalismo para o comensalismo, para o mutualismo. E a mesma coisa, a primeira república, a segunda república. Você tem muito claro quais são semelhanças e diferenças.
Isso ajuda no processamento profundo, que é a melhor forma de codificar, a melhor forma de trazer novas informações para o seu cérebro. É deixar isso tudo muito bem processado, mastigadinho. Dessa forma, ele não tem o trabalho de organizar essas informações, já está tudo organizado. Ele só tem o trabalho de memorizar. E aqui não é preciso fazer aquele mapa mental com desenho todo colorido. A ideia é a gente organizar as informações, categorizar, separar, diferenciar, essa é a ideia, organizar a informação não é deixar bonito.
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Ative a atualização de memória: Reconsolidação
O terceiro passo vai ser ativar a reconsolidação da memória. E o que é isso? É a atualização da memória. Em vez de você ir direto estudar o assunto novo, você volta no assunto anterior e tenta encaixar esse assunto novo no anterior. E assim a memória do assunto vai ficando mais forte e essa nova, dos novos assuntos, vão ter algo para se ligar. Então também vão ser mais facilmente memorizadas.
Em física, por exemplo, você está estudando energia mecânica e a transformação de energias. E ao entender como você usa, por exemplo, a transformação da energia potencial gravitacional, energia cinética, você pode usar isso que você aprendeu para usar a energia potencial elástica e energia cinética. A ideia é a gente juntar esses conhecimentos de uma forma que um assunto ajuda o outro e você vê com muita facilidade semelhanças e diferenças. No exemplo da matemática, digamos que você viu lá aquelas várias equações diárias e aí você vai ver mais outras equações diárias.
Em vez de ir só para as novas, que tal dar uma olhada nas passadas e ver como elas vão se diferenciando nas novas equações. Assim, pode ser que você use o que você já aprendeu para aprender coisas novas. Por exemplo, a área do círculo. Você usa a equação da área do círculo e pensa em como que ela vai ser diferente da área da esfera e como que uma pode ajudar a lembrar da outra. Desse modo, você usa algo que poderia ser um problema, que é a interferência, para aumentar a profundidade do seu processamento. Então você usa algo que poderia ser um problema, que é a interferência, pra aumentar a profundidade do seu processamento. Ir mais fundo nos conteúdos e assim codificar melhor, ou seja, criar melhor essa memória e aprender mais rápido. É uma forma de usar dificuldades como alavanca pra ir mais alto.
Por último, as suas memórias não precisam ser essa caixa bagunçada. Você pode organizar isso tudo e ser muito mais fácil de lembrar, de estudar e de seguir o seu caminho até passar na prova que você tanto quer. Essa é a ideia para hoje, muito obrigada por assistir, continue indo atrás dos seus sonhos, o mundo precisa da habilidade que só você tem. E a gente se vê aqui no próximo vídeo. Tchau!
